terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um livro catarinense, uma obra universal.

Havia dias e horas de multidões e mutilações. Sabia que em cada segundo lhe ia faltando uma partícula a mais, cá dentro. Mutilação perfeita. A alma se esvaziando. Tudo se ia soltando a esmo.Procurou, na manhã imperfeita, o sinal. O acordar:era o morrer. O próprio sentido do fim. O sinal se perdera ao acaso. E como viver sem o sinal?
Levantou a cabeça para o reflexo tênue, meio azulado. A madrugada chamava para angústia. Que era afinal, angustia? Aquilo denso. Compacto. Tinha lembranças de como foram outros dias simples. Por que não voltar a ser aquele recipiente? Um vaso de flores?  Claro. A mesma aparencia vítrea. O gesto solto para os outros.[...]
( O guarda-roupa Alemão- Lausimar Laus)

Nenhum comentário:

Postar um comentário